Mas as práticas de BDSM são muito variadas, dependendo do
indivíduo.

● Para alguns, por exemplo, no sadomasoquismo deve haver
um contrato entre uma pessoa dominante e uma
dominada.
● Para analistas, como Freud, essa fronteira entre dominante
e dominado na realidade não existiria e alguém capaz de
sentir prazer ao infligir dor nas relações sexuais seria
também capaz de desfrutar da própria sensação de dor.
Mas essa posição tem sido amplamente revista e criticada
e há muitas novas observações sobre isso.

Cabe a cada pessoa encontrar o seu próprio caminho e explorá-lo:
alguns casais ou parceiros podem adotar vários papéis diferentes,
enquanto outros são apenas sado ou masoquistas.
Existem também diferentes graus de submissão ou controle.
Os fundamentos do BDSM: confiança, comunicação e
respeito

A maioria das pessoas ignoram essa informação, mas a base do
BDSM é a confiança: os diferentes parceiros devem se comunicar e
se respeitar.

O sadomasoquismo é frequentemente estigmatizado, assim como
os seus participantes. Porém, muito pelo contrário, a base do
BDSM aceita todos os gêneros, todas as sexualidades, todos os
corpos, todas as relações, todas as idades e todos os estilos de
vida.

Trata-se de uma verdadeira reflexão sobre o corpo, sobre a
sexualidade e as relações de poder.
As origens do BDSM

As raízes históricas do BDSM remontam a um tempo longínquo. Já
na Grécia antiga ou no Kama Sutra, a prática de apanhar/bater
durante o sexo era descrita com detalhes.

Na Europa, a bibliografia sobre o assunto começa a descrever
essas práticas apenas no século XV. Nessa época, surgem bordéis
e salões que oferecem restrições, flagelações e outras punições
dentro da prática sexual.

O termo sadomasoquismo deriva das palavras sadismo e
masoquismo, ambas fazendo referência a autores que descreveram
essas práticas: o Marquês de Sade e Leopold von Sacher-Masoch.
Livros como “Justine ou Os infortúnios da Virtude” e “A Vênus em
Peles”, escandalosos na sua época, continuam a alimentar o
interesse cultural pelo BDSM.

Embora muitas vezes considerada uma prática de desvio da
sexualidade ou uma perversão, o BDSM nos ensina muito sobre a
natureza humana e contribui para a diversidade no campo da
sexualidade.

As diferentes práticas do BDSM

As práticas BDSM são numerosas. Portanto, descreveremos
apenas algumas (as principais) nos tópicos a seguir.
Podemos considerar diferentes categorias, por exemplo:
● dominação e submissão: um dominante e um dominado;
● “sadomasoquismo”: dar ou receber prazer de forma
consensual através de atos que envolvem infligir dor ou
humilhação;
● bondage e disciplina: essa categoria refere-se à coerção e
à restrição de movimentos de outra pessoa.

É claro que essas práticas podem aparecer misturadas e classificá-
las apenas serve para dar uma ideia geral do BDSM.
Por exemplo, dependendo da prática e do indivíduo, a dor nem
sempre estará presente; além disso, a dominação pode ser tanto
psicológica como física, etc.

É por isso que dentro do próprio BDSM, existem diferentes graus de
aplicação e desempenho, dependendo da dor que se deseja infligir
ou receber.

Quando se é novo nesse campo, é preciso pensar nos aspectos que
o interessam ou intrigam: papel dominante, submissão, provocar
dor ou recebê-la, amarrar ou ser amarrado…

Tenha em mente que o BDSM é apenas uma expressão da sua
sexualidade: ela não reflete necessariamente a sua personalidade
em diferentes áreas da vida.

Muitas pessoas gostam de explorar os papéis opostos aos que
experimentam na sua vida cotidiana.
Indo mais a fundo nas diferentes categorias

Existem muitas categorias dentro do BDSM, por isso seria
necessário partir para a experimentação para explorar todas as
diferentes práticas.

Logo a seguir, você encontrará uma lista com algumas atividades
do BDSM. Mas lembre-se que existem muitas mais!
Para aprender, de qualquer forma, não tem milagre: é preciso fazer
suas próprias experiências.
Bondage ou restrição

Trata-se de restringir os movimentos físicos de um indivíduo
graças a cordas, cabos, algemas ou mesmo ordens diretas. O
bondage não é, portanto, uma prática sexual necessariamente. Mas
esse tipo de brincadeira também pode evoluir para algo com dor.

A ideia é render uma pessoa, privá-la dos seus movimentos, vendá-
la – através dos meios ou acessórios possíveis.
Dor

Aqui vão as atividades que incluem todas as práticas que envolvem
infligir ou receber dor. Mas essas sensações também podem ser
exploradas de diferentes maneiras: cócegas, morder, bater,
chicotear, usar cera, aparatos elétricos…

Algumas atividades podem ir bastante longe: tortura, queimaduras,
etc. – tudo SEMPRE com o consentimento claro da outra pessoa
Jogos mentais

Todas essas práticas se destinam a criar uma ligação psicológica
muito forte entre os participantes: por exemplo, podemos encontrar
a noção de pertencimento entre um mestre/uma mestra e a pessoa
dominada.

Essa categoria geralmente é explorada através de humilhação, de
insultos, de vergonha, às vezes com o uso de coleira para reforçar a
submissão, etc.

BDSM: você se interessa? Sente que
está pronto?

Antes de começar, é importante ter em mente algumas
considerações extremamente importantes.

Comunicação

O início de qualquer relação sexual, inclusive com BDSM, requer
comunicação – tanto no início como durante o sexo. Essas
conversas íntimas ajudam a estabelecer o respeito e os limites das
práticas.

Ao se comunicar desde o início, os parceiros estabelecem o próprio
objetivo da procura pelo BDSM. Então, o próprio desejo deve ser
satisfeito respeitando os desejos da outra pessoa. Para assumir

um compromisso entre os dois (ou mais) parceiros, a comunicação
deve ser clara.

É importante fazer perguntas específicas, explicar o que cada um
quer detalhadamente, ser aberto e se aceitar o suficiente para não
se sentir envergonhado ou ficar “na defensiva”… A sua parceira ou
parceiro também precisa ser capaz de avaliar os próprios desejos e
limitações.

Isso pode ser feito elaborando uma lista de ações que o outro deve
seguir ou criando uma safeword (palavra de segurança) que deve
ser dita quando as práticas vão longe demais.

Combinado

O BDSM continua sendo uma prática muito teatral, mesmo que
concretizada na realidade. Os movimentos são por vezes
coreografados e encenados. É, portanto, necessário combinar os
papéis de cada pessoa e estabelecer limites.

É, sobretudo, a pessoa submissa que deve detalhar os seus limites
e desejos. Então, se essas expectativas estiverem de acordo com o
que o dominante procura, é possível iniciar a brincadeira.

Também se pode usar certo vestuário ou acessório que desperte
ou intensifique a excitação sexual. Por fim, vale lembrar que nem
toda prática BDSM é sexual.

É por isso que é importante comunicar e combinar antes de
começar!